Sociedade, cade você?

Por: Giuliano Sales

"Ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais", este música foi eternizada na voz marcante de Elis Regina, o lamento da cantora era direto e claro, mesmo estando tão temporalmente próximo às militâncias estudantis contra a ditadura, ponto alto das ideologias no nosso país, Elis percebera que as mudanças não vieram. Atualmente, somos apenas rascunho de uma sociedade sem ideologia e sem sonhos.
Por sua vez, se Cazuza vivesse hoje clamaria por HIPOCRISIA e não por uma IDEOLOGIA, visto que a primeira é a única fonte de nossas vidas atuais. Caímos em um precipicio, popularmente conhecido como rotina, assim nossos valores ficaram intristicamente associados à nossa condição social e financeira. Como diria Marx e Engels no livro "A Ideologia Alemã": "O que os indivíduos são, portanto, depende das condições materiais de sua produção".
Seguimos a cartilha criada por uma elite manipuladora que possue conceitos superficiais. Você nega? Então diga-me o que pensa sobre a pena de morte ou a diminuição da idade penal. Você pode responder uma coisa agora, mas se por um acaso sua família esteja envolvida nessa situação, qual seria sua postura? Assim como deseja a elite "defensora das morais e do bom costume", poucas pessoas possuem uma clara posição diante de temas tão polêmicos.
O senso crítico é inexistente, é muito mais fácil comprarmos por um preço menor do que dez reais um conceito já formado, escrito didaticamente e convicente, assim podemos apoiá-lo e escondemo-nos atras desta sábia edição. Alguns conseguem tais posicionamentos de forma gratuita, acessando a internet ou até mesmo assistindo alguns dos telejornais brasileiros.
Com isso atendemos as nossas necessidades, afinal não queremos parecer ignorantes perante os amigos, conhecidos e estranhos, temos passar a imagem idealizada de um rapaz ou moça bem instruído e antenado. Todavia, caso analisemos nossas vidas, parecemos muito mais com aquilo que não queremos ser, do que o contrário.
Vocês, leitores, nunca se questionaram de quantas "Eloás" ou "Isabelas" existem no nosso país. Obviamente que nenhuma mais, a mídia não anunciou e meu noticiário nunca esconderia algo tão importante de mim, afinal sua abrangência é a mesma, tanto para os ricos, como para os pobres.
Eis ai a nossa amada HIPOCRISIA.
Quando um menor é usado em roubos, mortes, assassinatos ou qualquer outro crime, os jornais estampam em suas capas a necessidade de reduzir a idade penal, para que estas crianças aprendam na prisão como se devem comportar. Agora, realmente esta é a solução para este problema? A falta de estrutura familiar ou educacional no Brasil não são outros aspectos que influenciam no desvio da vida destes menores? Não, a Educação no Brasil é ideal, melhor do que muitos outros países, ou talvez no futuro mude, somos o país do futuro e não do presente.
É muito simple e fácil apontarmos o dedo para aqueles que pedem esmolas e chamá-los preguiçosos, o mundo é igual para todos, as mesmas condições que eu tenho para tornar-me incrivelmente rico estes pobres também possuiam, "bastava acreditar e perseguir os seus sonhos". BALELA, uma pessoa que mora na favela nunca estará em iguais condições que os moradores de MOEMA, JARDINS, LEBLON, entre outros bairros de "bacanas".
Hoje em dia, nossas ações são condicionais com a estrutura da "causa e consequência", "o que eu ganho se fizer isto". Daí vem a dificuldade de conquistar verdadeiros amigos, conhecer realmente uma pessoa nos tempos modernos é uma batalha que travamos todos os dias, nem sempre conseguimos agradar a todos, mas aquele que tenta sempre agradar também é irritante e acaba deixado de lado.
A nossa sociedade é de vidro, vivemos em um mundo onde o ter prevalece sobre o ser, você não pode ser honesto ou bom, sempre haverão aqueles que "te comeram vivo". Seu sexo estabelece sua colocação em um emprego e o seu salário , mesmo que os empresários afirmem que isto não é verdade. Nada é verdade, todos escondem algo, contam mentiras e fingem serem aquilo que não são. E com tanto vazio na mente, a manipulação é facilitada e nossos pensamentos são todos condicionados a serem iguais, aqueles que discordarem, bem, estes nos damos um jeito de marginalizá-los.


Letra da Música


Letra da Música

Diploma desnecessário.

Por: Fábio Farias

Palmas aos ministros da nossa nação. Na noite desta quarta, foi decretado o fim da exigência de um diploma ao indivíduo que desejasse atuar na área jornalística. Encabeçados por Gilmar Mendes, oito ministros votaram contra a exigência.
Sem nenhuma justificativa plausível, Gilmar apelou para a comparação a outras profissões. Ridiculamente, o jornalista foi comparado a um cozinheiro, não julgando a profissão, mas sim criticando o ministro Mendes em sua análise, onde disse que um cozinheiro, pode causar problemas de saúde se a comida for mal preparada. Já um jornalista está isento de causar danos à sociedade. Opniões mal formuladas podem sim atrapalhar. Em sua visão, o jornalista não necessita de uma formação acadêmica, mas ao mesmo tempo diz que os cursos de comunicação, não seriam extintos das faculdades. Você faria um curso onde poderia trabalhar sem uma formação especializada? Provavelmente não. Ministros tentaram durante toda a sessão pautar a liberdade de expressão. Mas essa prática deveria ser exercida, se levarmos em consideração que jornalistas formam opnião, por pessoas instruídas éticamente, e preparadas conceitualmente durante um espaço de tempo.
Usando as comparações, como fizeram os ministros do Supremo Tribunal Federal, várias profissões perderiam a sua credibilidade. Se consideramos a linha de raciocínio dos ministros em sessão, o psicólogo, pedagogo, entre outros, também perderiam a credibilidade de seus diplomas. Não é necessário um diploma para instruir as pessoas? Acredito que ainda seja.
A liberdade de expressão deve sim existir. Mas, nos meios de comunicação massivos, tem de ser realizada por pessoas capacitadas teoricamente parar tal. Muito do que os jornalistas dizem é prontamente absorvido por vários integrantes da sociedade. Não há como saber a preparação dessas pessoas, e seu compromisso com a sociedade. Da mesma forma que não posso afirmar, que uma pessoa formada em comunicação terá essas qualidades, mas foi instruído para isso. Mas os ministros querem afastar simbolicamente os últimos traços da ditadura. "Esse decreto (que decreta que um jornalista tenha um diploma) é mais um entulho do autoritarismo...", como disse Lewandowski. Acredito que seja mais importante uma melhor formulação dos fatos na mídia. Mas eles não pensam assim. Méritos ministros do STF. Eles buscam o melhor para o Brasil.

Já não é tão grande assim

Por: Juliana Corrêa

Uma das mais conhecidas supergigantes vermelhas, a estrela Betelgeuse, da constelação de Órion, está diminuindo misteriosamente.

Após um longo monitoramento feito com ajuda de um interferômetro (aparelho utilizado para efetuar distâncias aproveitando a interferência de ondas eletromagnéticas) de infravermelho instalado no topo do monte Wilson, na Califórnia, concluiu-se que a imponente estrela, de diâmetro 900 vezes o do Sol, e brilho 1500 vezes superior ao do mesmo, reduziu 15% do seu tamanho em 15 anos. Em outras palavras, Betelgeuse media aproximadamente cinco unidades astronômicas, ou seja, cinco vezes o raio da Terra. Com a redução do seu tamanho, a estrela perdeu cerca da distância da órbita de Vênus.

Segundo Edward Wishnow, um dos pesquisadores responsáveis pela descoberta, "Não sabemos por que a estrela está encolhendo. Considerando tudo o que sabemos sobre galáxias e o Universo distante, há ainda muitas coisas sobre as estrelas que simplesmente não conhecemos. Uma delas é o que acontece quando as gigantes vermelhas se aproximam do fim de suas vidas".

Mas uma coisa curiosa é que, apesar da diminuição do tamanho da estrela, o seu brilho aparente (magnitude) continua o mesmo. Uma sorte para nós, terráqueos, que poderemos desfrutar da visão de Betelgeuse à noite sem maiores problemas. Para localizar Betelgeuse no céu, basta procurar nas extremidades de Órion (constelação onde se encontram as “três Marias”) uma estrela muito brilhante e avermelhada.

Uma Índia mais difícil

Por: Bruna Barbosa

Na semana passada diversos veículos de comunicação noticiaram a reeleição do primeiro-ministro indiano Manmohan Singh, de 76 anos, sendo que o Partido do Congresso a qual ele pertence obteve tambem ampla vitória neste eleição.
Singh, antes de se tornar ministro pela primeira vez, havia sido ministro das finanças (nos anos 90), contribuindo para a liberalização da economia indiana e para um salto de crescimento do país. Atualmente, após ser eleito pela 2ª vez, o primeiro-ministro pretende cuidar da recuperação da economia, que apesar de ter sido uma das menos afetadas pela crise, teve o seu crescimento abaixo em aproximadamente 3%.
Apesar da vitória, Singh já precisa tomar importantes decisões. Ele precisará dosar o tanto de prioridade que dará às privatizações e as leis trabalhistas, pois não deve apenas ajudar a recuperar a economia, mas sobretudo as questões sociais devem receber uma atenção especial, devido ao fato de terem sido importantes para a eleição da legenda do primeiro-ministro.
É importante observar também que assim como algumas potências mundiais EUA, por exemplo, a Índia também possui uma éspecie de "tensão" com um outro país, no caso o Paquistão. As relações entre esses países andam meio extremecidas, depois que no ano passado, ataques terroristas à capital financeira indiana (Mumbai) foram atribuídos a paquistaneses. Resta saber, agora, se Manmohan Singh saberá conduzir, pela 2ª vez, a maior democracia mundial, pois penso que mesmo estando focado na economia, ele precisa fazer valer as propostas de campanha que dão ênfase a programas sociais. Observo em alguns noticiários que: por trás de sua linda cultura, este país possui uma boa parte da população vivendo em condições precárias, nos subúrbios , precisando urgentemente de amparo que, agora, cabe a Singh auxiliar.

Faltam Livros

Por: Laio Brandão



Li, num tacada só, o saboroso Nihil Sibi - em latim, Cada Vazio(ou Nada). Do português Miguel Torga, o livro traz, em suas 80 páginas, 47 poemas. As incursões da subjetividade do autor variam, porém, dentro da temática proposta, logo evidenciada no título da obra. O vazio. Miguel, muitas vezes, de forma sutil, põe em voga conflitos com deuses, divindades, a solidão, a natureza, suas musas, as relações humanas e, é claro, o poeta e seu leitor. As contestações, como são, fruto do fulgor espiritual do poeta, ocorrem à parte à sua existência, de forma que este, errante e inconstante exponha sua visão sobre algo que não o inclui; algo que ele vê mas não consegue proceder de forma semelhante. Sua 1ª edição data 1948, Lançado pela Coimbra, com versos simples e diretos, que outrora nos incitariam a uma leitura simples, em suas divagações podem nos levar a caminhos tortuosos, que por vezes surpreendem, variando com a profundidade que se lê. Portanto, não o subestime. A edição que tenho em mãos é a terceira, lançada em 1975 e já sucumbida às trapaças do tempo; mas isso não contraria o assunto a ser tratado; que não é o livro. Ei-lo.
Muito me surpreendeu, em minha ingenuidade, no momento da locação de Nihil, notar que a data do último empréstimo remetia ao longínquo 6 de setembro de 2000. O livro estava bem camuflado nas prateleiras, decerto; entretanto nada justifica. A falta de propósito e interesse em leitura é uma chaga contemporânea, que na contramão da falibilidade das estatísticas indicando que o brasileiro está lendo mais, fica velada e, quiçá, esquecida. O brasileiro deve estar lendo mais, realmente, mas lendo algo de qualidade questionável. Assim me parece. Impressos que, endossados por interesses econômicos e tendências de cultura de massa vendem cada vez mais, deixando, porém, de lado, o principal credor de uma obra: sua contribuição cultural/intelectual. A linguagem rasteira empregada, o enredo parco de conteúdo e a utilização de personagens muitas vezes dispensáveis como elfos, duendes, crianças asiáticas e monstros, numa trama de fácil assimilação, caem como um prato cheio na mesa de nossos semelhantes; saturados pelo trabalho extensivo, cansaço, stress e outros compromissos onerosos, acabam sem tempo, paciência e ânimo para consumirem algo que possa não trazer-lhes um prazer imediato, mesmo que efêmero.
Dessa forma, não sobra espaço para Miguel e tantos outros (e que outros!). Quantas obras caem no ostracismo a cada momento? Quantos autores não são descobertos? Quantos desmotivados? Até que ponto a produção artística, no Brasil, suportará o descrédito da maioria? Rapaziada...há muita coisa bonita por aí; inclusive Nihil Sibi.

Um mistério de mais de 2000 anos

Por: Juliana Corrêa

Arqueólogos estão a um passo de desvendar um dos maiores mistérios da humanidade: o túmulo da rainha do Egito Cleópatra.
O templo de Abusir, situado a cerca de 50 quilômetros de Alexandria, onde possivelmente está enterrado os corpos de Cleópatra e de seu amante, Marco Antônio, está sendo estudado por uma equipe de arqueólogo liderada por Zahi Hawass, diretor do Conselho Superior de Antiguidades do Egito, que diz estar convicto de tal hipótese. E realmente, as evidências de que o túmulo pertença à rainha são muitas: moedas cunhadas com a efígie de Cleópatra e de Alexandre, o Grande, corpos de sacerdotes em posição fetal, típico dos que cometiam suicídio após enterrar seus amos, vinte e duas peças de bronze com o perfil da rainha, além de vinte e sete túmulos e múmias de dez nobres encontradas na região. A descoberta do templo de Abusir, na colina de Taposíris se deu graças a satélites e radares, que comprovou a existência de um emaranhado de túneis e passagens secretas, interligando uma tumba a outra.
Cleópatra, ao contrário do que muitos pensam, era de origem grega, e reinou no Egito por 21 anos, a maior parte do tempo sozinha, como nenhum homem jamais reinou. Teve quatro filhos, um deles com Júlio César, três com Marco Antônio. Cleópatra morreu aos 39 anos, após seu amante Marco Antônio ter se matado. A rainha não podia se matar, já que a vida de seus filhos estava ameaçada caso ela o fizesse. Por isso, pede que lhe enviem uma víbora escondida, e se deixa picar. Se realmente for comprovado que o túmulo pertence à rainha do antigo Egito, Cleópatra, acabará o mistério de mais de dois mil anos, sobre sua beleza, como viveu e morreu, com quais tesouros foi enterrada. Mas, mesmo que Cleópatra não esteja enterrada lá, não se deve desprezar a descoberta arqueológica que estiver no local.

Trate-me Leão

Por: Eduardo Nacimento Júnior




Ubu Rei – 1975





Em uma festa qualquer, em algum lugar da cidade do Rio de Janeiro estão Regina e seu pai Geraldo Casé. Ambos estão entediados e percebem que uma figura “chata” acaba de chegar. Geraldo olha para Regina e diz:
- Olha, o Asdrúbal trouxe o trombone!
Estava dado o código e, pai e filha, tratavam de sair dali rapidinho. O que Geraldo não percebera é que acabava de batizar um dos mais influentes grupos teatrais do Brasil.
Surgia, em 1972, uma trupe de jovens influenciados pelo humor do grupo britânico Monty Python e liderados por Regina Casé, Luís Fernando Guimarães e Hamilton Pereira Vaz. O Asdrúbal Trouxe o Trombone marcou a forma de se fazer comédia num momento do país em que o humor andava esquecido.
A peça de estreia, O Inspetor Geral, de Nikolai Gogol foi encenada em 1974 e chamou a atenção devido a vitalidade mostrado tanto pelos atores, quanto pelos diretores. A encenação mostrava uma nova visão de mundo, de um grupo de jovens que começava a ingressar na vida adulta.
Em 1975, ainda interpretando textos clássicos, o Asdrúbal monta a peça Ubu Rei de Alfred Jarry. Interpretam vestidos de palhaços, com maquiagem marcante e adotam a linguagem circense, mostrando mais uma vez vitalidade e personalidade.
O auge do grupo se dá com Trate-me Leão, abandonando a interpretação de textos de outros autores e passando o próprio grupo a também criar. Esta peça entra para os anais do teatro brasileiro por se tratar de um fenômeno estético, já que grupo passa a falar de si mesmo, da sua geração, os “bicho-grilos” e sua linguagem, preocupações e problemas.
Os espetáculos seguintes, Aquela Coisa Toda (1980) e A Farra da Terra (1983) oferecem ao público a estrutura aberta, em que os atores mostram os mecanismos de ilusão teatral.
A inovação de Asdrúbal Trouxe o Trombone não é a forma como cria a “farsa”, mas sim como mostra o real, uma realidade. O ator é o eixo central da criação e cabe ao diretor selecionar e costurar os elementos a fim de produzir a concisão. O grupo utiliza o palco nu, poucos objetos cênicos o que acaba por valorizar o ser humano que interpreta. O Asdrúbal não quer “mega atores” ou “super cantores”. Quer atores que cantarolem. Deve ser antes um experimentador, não um especialista. Deve haver afeto, não o rigor técnico com o intuito de se mostrar o “belo”.
Regina Casé, uma das fundadoras, certa vez afirmou: "Asdrúbal entrou para a história por olhar para o próprio umbigo. A expressão veio, porque a crítica achava que a gente só olhava para o próprio umbigo, mas, nas viagens, descobrimos que éramos o umbigo do mundo. Parecia que a peça 'Trate-me Leão' era urgente, precisavam daquilo. Descobrimos que o que estávamos falando era o que todos da nossa idade queriam falar, até no interior, com caras de enxada na platéia.”
Considerado “alienado” pela esquerda e “subversivo” pela direita, o Asdrúbal veio para confundir. Seus fundadores não pensavam em ser “cabeça”, mas sim levar o humor da forma como eles próprios o viam. Efêmero como qualquer vanguarda, o grupo acabou basicamente porque seus integrantes “cresceram”. Luís Fernando Guimarães diz, sobre o fim: "O grupo acabou como tudo acaba, cada um quis outras coisas, outras alegrias. Mas é unido até hoje, até no jeito de representar".
Além de seus fundadores, o Asdrúbal Trouxe o Trombone trouxe a mídia outros atores hoje muito conhecidos: Patrícia Travassos, Evandro Mesquita, Perfeito Fortuna, Nina de Pádua e Gilda Guilhon.







Cena da peça Trate-me Leão (1978). Da esquerda para a direita: Luiz Fernando Guimarães (Conde), Nina de Pádua (Louise), Regina Casé (Vanessa), José Paulo Pessoa (Caique), Patrícia Travassos (Maria), Perfeito Fortuna (Paulo) e Evandro Mesquita (Matraca)










Semana em Manchete: Norte e NE

Segunda-feira, dia 4 de Maio
Diário de Pernambuco: Chuva continua causando transtornos a estados do Nordeste.

Terça-feira, dia 5 de Maio
Correio da Bahia: Chuvas: Locais mais afetados são visitados por autoridades estaduais.

Quarta-feira, dia 6 de Maio
Folha de Boa Vista: Torneios esportivos arrecadam alimentos para desabrigados pela chuva.

Quinta-feira, dia 7 de Maio
Diário da Amazona: Ministro da Saúde confirma quatro casos de gripe suína no Brasil

Sexta-feira, dia 8 de Maio
O Estado do Maranhão: Desabrigados são mantidos em condições subumanas
Correio da Paraíba: Chuva que atinge NE cauda prejuízo de R$ 1 bilhão.

Sábado, dia 9 de Maio
O Povo: FAB leva donativos para vítimas das chuvas no Norte e NE.

Domingo, dia 10 de Maio
O Jornal de Alagoas: Pobreza: o novo cativeiro dos quilombolas.

Convença-me

Por: Diego Abreu

Em algum momento paramos para refletir sobre limites de ações à fim de concluír um objetivo? Refiro-me a correr riscos, o que envolve certamente alto grau de subjetividade.
Protógenes Queiróz, recente exemplo e personagem do caso dos grampos telefônicos, foi afastado do cargo de delegado da Polícia Federal, perdendo carteira e arma. O delegado, acusado de utilizar de seu ofício para fins políticos e/ou partidários, foi responsabilizado e pagou por ir muito longe.
Em consequência à tais atitudes, os senhores representantes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário se reuniram à fim de restringir a liberdade da PF e assinaram o Pacto Republicano mês passado.
Em matéria de punição, os que ameaçam a manutenção política sofrem represálias, enquanto tipos como Marcos Valério se regozijam ao enfrentar o Superior Tribunal Federal.
Por falar em corrupção e suas implicações jurídicas, Gilmar Mendes, presidente do Supremo, tem frequentado o noticiário - não muito à seu agrado - pois sofreu duras críticas de seu "colega" Joaquim Barbosa. O atrito causa preocupação sobre o Judiciário, Poder verdadeiramente relevante e responsável pelos maiores lamentos nacionais: a impunidade política.
Lembrem-me de algum político condenado por improbidade pelo STF, e irei rever meus conceitos sobre limites de ações e riscos necessários, assim como pensarei melhor sobre as atitudes de Joaquim Barbosa e Protógenes Queiroz.

Bola na Mão

Por: Jader Elisei

Na semana das finalíssimas dos Estaduais pelo país, era de se esperar que o outro texto esportivo dessa semana falasse sobre uma das partidas. Mas como na sexta-feira isso já não é novidade e o blog não deve ser um mero reprodutor de notícias, vamos fugir da obviedade falando sobre outro esporte. Na verdade, sobre um gênero desse esporte, que já esteve muito perto do futebol no coração dos brasileiros que hoje tenta se reerguer após péssimas gestões, brigas internas e resultados pífios.
Pouca gente sabe, mas o basquete masculino brasileiro já ganhou dois títulos mundiais, em 1959 e 1963. Na época, o Brasil possuía times fortíssimos e jogadores mundialmente famosos, como o Corinthians e o já falecido ala/pivô Rosa Branca. Em 1974, foi realizado em São Paulo um jogo que consta nos anais da história do esporte: o ainda poderoso Corinthians, que contava com Ubiratan, outro grande do esporte nacional- venceu o Real Madrid – então campeão europeu de clubes – por 118 x 114, numa época em que – acreditem – não havia cesta de 3 pontos. O último grande feito ocorreu em 1987, no Panamericano de Indianápolis. Liderado pelo jovem Oscar, o Brasil derrotou os EUA em seu território, algo inédito até então.
Mas aí veio a década de 1990, a era negra do basquete do Brasil. Enquanto a seleção feminina ganhava a prata e o bronze nas Olimpíadas de 1996 e 2000 respectivamente, assumia a presidência da Confederação Brasileira de Basquete (CBB) Gerasime Bosikzs, o Grego, em 1997. A partir daí, iniciou-se uma série de escândalos, brigas com clubes, jogadores de clubes estrangeiros e um hiato sem participações olímpicas que começou junto com o mandato do Grego. A liga nacional praticamente inexistiu nesse período, tendo seus torneios não realizados ou interrompidos por várias vezes. Isso sem contar os rachas entre federação e clubes, como na temporada passada, em que os clubes paulistas não participaram do Nacional.
Em meio a esse cenário ruim, porém, foi dado o pontapé inicial para a atual reestruturação do esporte no Brasil. Em 2005, o ex-jogador Oscar Schmidt criou a Nossa Liga de Basquete, sem a gerência da CBB, o torneio durou só uma edição, mas foi suficiente para que os times e a Confederação voltassem a dialogar e criassem a Novo Basquete Brasil (NBB), que está em andamento e satisfazendo todas as partes envolvidas. Além desse acordo, 2008 também viu o título do Universo, de Brasília, na Liga das Américas – o equivalente a Libertadores no basquete -, troféu de nível há anos não visto por nossos times. E na segunda-feira, para a surpresa deste blogueiro, ao abrir o portal Terra, vejo a notícia que Gerasime Bosickzs desistiu da reeleição e passou o cargo para Carlos Nunes, da oposição.
Com todos esses indicativos, tudo leva a crer que o basquete masculino voltará pelo menos a uma Olimpíada, o que já seria ótimo. Abraços!


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JornaLata


É um blog criado pela turma de Comunicação Social da Universidade Federal de Viçosa ano de 2009. Aqui você poderá encontrar as opiniões sobre os mais diversos assuntos: esporte, ciência e meio ambiente, política e economia, cultura e tudo de mais importante que aconteceu no nosso país e no mundo. Pode contar com análises críticas e humoradas sobre os mais polêmicos escândalos e acontecimentos do nosso globo terrestre.Esteja sempre a vontade para mandar suas opiniões e críticas. Afinal de contas esse é o JORNALATA, o jornalismo universitário apurado.