Por: Juliana Corrêa
Uma das mais conhecidas supergigantes vermelhas, a estrela Betelgeuse, da constelação de Órion, está diminuindo misteriosamente.
Após um longo monitoramento feito com ajuda de um interferômetro (aparelho utilizado para efetuar distâncias aproveitando a interferência de ondas eletromagnéticas) de infravermelho instalado no topo do monte Wilson, na Califórnia, concluiu-se que a imponente estrela, de diâmetro 900 vezes o do Sol, e brilho 1500 vezes superior ao do mesmo, reduziu 15% do seu tamanho em 15 anos. Em outras palavras, Betelgeuse media aproximadamente cinco unidades astronômicas, ou seja, cinco vezes o raio da Terra. Com a redução do seu tamanho, a estrela perdeu cerca da distância da órbita de Vênus.
Segundo Edward Wishnow, um dos pesquisadores responsáveis pela descoberta, "Não sabemos por que a estrela está encolhendo. Considerando tudo o que sabemos sobre galáxias e o Universo distante, há ainda muitas coisas sobre as estrelas que simplesmente não conhecemos. Uma delas é o que acontece quando as gigantes vermelhas se aproximam do fim de suas vidas".
Mas uma coisa curiosa é que, apesar da diminuição do tamanho da estrela, o seu brilho aparente (magnitude) continua o mesmo. Uma sorte para nós, terráqueos, que poderemos desfrutar da visão de Betelgeuse à noite sem maiores problemas. Para localizar Betelgeuse no céu, basta procurar nas extremidades de Órion (constelação onde se encontram as “três Marias”) uma estrela muito brilhante e avermelhada.