Centenário de Carmem Miranda

Por: Luan Santos


No dia 9 de Fevereiro deste ano, Maria do Carmo Miranda da Cunha, a eterna Carmem Miranda, completaria 100 anos se estivesse viva.
Nascida na freguesia de Marco de Canavezes, província de Beira Alta, Portugal, Carmem foi trazida para o Brasil ainda muito pequena, com apenas 10 meses de idade. Cresceu em meio à zona boêmia carioca, na Lapa, onde trabalhou em uma loja de gravatas e mais tarde em uma chapelaria. Dizem que foi despedida por cantar demais, no entanto, seu biógrafo diz que ela atraía os clientes cantando nas lojas.
Em 1929, foi apresentada ao compositor Josué de Barros, que encantado com seu talento passou a promovê-la em editoras e teatros. No mesmo ano, gravou na editora alemã Brunswick, os primeiros discos com o samba Não Vá Sim'bora e o choro Se O Samba é Moda. Pela gravadora Victor, gravou Triste Jandaia e Dona Balbina ou "Buenas Tardes muchachos". A partir daí o sucesso tomou conta de sua vida. Foi a primeira cantora a assinar contrato com uma rádio, quando a praxe era o cachê por participação, e fez sua primeira turnê internacional, apresentando-se em Buenos Aires.
Em 1939, foi convidada pelo empresário Lee Shubert para se apresentar nos Estados Unidos. Carmem recusou-se a partir sem levar sua banda ,“Bando da Lua”, com uma ajudinha de Getulio Vargas (presidente da época) conseguiu levá-los consigo.
Carmen estreiou no espetáculo musical “Streets of Paris” em Boston, onde recebeu um estrondoso êxito de público e críticas. Chegou a se apresentar perante o presidente Roosevelt durante um banquete na Casa Branca. Em 1940, ao retornar para o Brasil, é recebida com enorme ovação pelo povo carioca, que a julgou ter se “americanizado”. Carmen voltou aos Estados Unidos e deixou sua marca na calçada da fama do Teatro Chinês em Los Angeles.
Entre 1942 e 1953 atuou em 13 filmes em Hollywood, dentre eles o clássico “Copacabana”, no qual contracenou com Groucho Marx, e o Musical “Meu Príncipe Encantado” com Elizabeth Taylor no elenco. Neste tempo, manteve casos com os aclamados atores John Wayne e Dana Andrews.
Desde o começo da carreira nos Estados Unidos, Carmen fazia uso de remédios estimulantes para aguentar a enorme agenda. Com o tempo, foi se tornando dependente de outros tipos de remédios e álcool. Ficou hospedada no Copacabana Palace por quatro meses para desintoxicação. Ligeralmente recuperada voltou aos Estados Unidos, onde retomou algumas apresentações. Em 5 de Agosto de 1955, um colapso cardíaco fulminante derrubou a estrela no chão de sua casa em Beverly Hills.
Carmen Miranda foi a principal interprete das marchinhas de Carnaval. Ela deu contornos mais maliciosos ao samba, cantava inserindo novos elementos no fraseado, e junto com Ary Barroso, Noel Rosa, Dorival Caymmi e muitos outros compositores deu forma à MPB. Inspirou claramente a Tropicália em todas as suas vertentes, sem falar nos figurinos fantásticos criados por ela na capacidade de montar espetáculos inesquecíveis sejam nos palcos, sejam nas telas.
Termino essa matéria deixando uma dica a todos que passarem pelo Rio de Janeiro. O Museu da Carmem Miranda fica na Av. Rui Barbosa (em frente ao nº 560) – Flamengo. (tel: 21 – 2334-4293). Lá estão diversas fotos, roupas e jóias usadas pela Pequena Notável.



 

2 Na Lata!:

Laio Brandão disse...

Texto maneiro, chiclé!
Apesar de ter sua credibilidade e obra por vezes questionadas, Carmem tem uma imagem e fama extemporâneas, que se sustentaram ao longo do tempo; não entendi o porquê de chamá-la efêmera!
Até, camarada

Luan disse...

coloquei o antonimo do que eu estava pensando. Obrigado pela correção. Já já eu acerto.


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