Por: Camila Teixeira Barros
G-20, grupo de países em desenvolvimento, foi criado em 23 de agosto de 2003, com intuito de combater o protecionismo econômico e as altas taxas de impostos.
Diante da falta de propostas concretas na V Conferência de Cancún, houve a necessidade de promover o equilíbrio do comércio agrícola. Trabalhando em conjunto com a OMC, o G-20 tem como lema a transparência nas decisões políticas e econômicas.
É composto por 23 membros: cinco da África (África do Sul, Egito, Nigéria, Tanzânia e Zimbábue), seis da Ásia (China, Filipinas, Índia, Indonésia, Paquistão e Tailândia) e doze da América Latina (Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Cuba, Equador, Guatemala, México, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela). Essa vastidão de países representa 60% da população mundial e 26% das exportações agrícolas em todo mundo.
O G-20 é o interlocutor dos assuntos agrícolas e já é reconhecido pelo grande poder de influência. Desde sua criação, já foram realizadas diversas reuniões técnicas e eletivas para promoção de um grupo sólido e ativo.
Na reunião ocorrida em julho de 2008, na cidade de Genebra, os integrantes do G-20 foram claros ao defender um comércio agrícola mais limpo e íntegro e se impuseram contra os subsídios agrícolas e as altas taxas alfandegárias travadas pelos países desenvolvidos, que fecham o mercado e adotam uma política unilateral.
O último encontro realizado, no dia 2 de abril de 2009, teve como sede a cidade de Londres e foi manchete em diversos tablóides do mundo inteiro. Integrantes de países emergentes e ricos decidiram a princípio injetar mais de um trilhão de dólares para combater a crise financeira. A idéia é ampliar o PIB em 4%, até 2010. O tema meio ambiente não escapou, e ficou decidido que todos os países diminuíssem a emissão de carbono, adotando uma “economia mais limpa”.
O fluxo de bens e serviços deve reduzir até 9% este ano, isso porque falta crédito no mercado internacional. O Brasil aguarda uma queda de 20% nas exportações desse ano.
Uma política monetária expansionista (juros menores) foi consenso durante a reunião. A participação mais ativa de países em desenvolvimento na economia pode ser um grande aliado no combate à crise. Deve-se aproximá-los de instituições como FMI e Banco Mundial.
Assuntos que ficaram de fora do plano foram a criação de uma nova moeda internacional, e a necessidade dos Estados Unidos em reduzirem gastos e da China em gastar mais.
Os principais temas que estavam em pauta foram:
Combate à crise econômica;
Saneamento dos bancos no que diz respeito aos chamados “títulos pobres”, sem valor de mercado;
Combate ao protecionismo;
Retomada da Rodada De Doha;
Reforma do FMI;
Criação de uma nova moeda internacional.
Gordon Brown, ministro de Londres e anfitrião da reunião se mostrou otimista:
"Estamos no meio de uma expansão fiscal que verá, até o final do próximo ano, uma injeção de US$ 5 trilhões em nossas economias".
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva concorda com a inserção de uma nova moeda internacional: “Me interessa que tenhamos mais de uma moeda de referência e que não continuemos dependendo apenas do dólar", disse Lula esperando maturidade dos integrantes do G-20.
As vésperas da reunião do G-20, o clima em Londres, era de tensão. Nas ruas o que se via era protestos e manifestantes feridos.
Após o término da reunião, Lula em entrevista ao programa News Night do canal BBC 2, disse que o G-20 é um marco na luta contra o protecionismo e que há esperança de que o mundo possa mudar. "Peço a Deus que meus netos não se envergonhem desse G20".
Já Hugo Cháves, presidente da Venezuela, critica dizendo que o FMI deve ser eliminado, pois é um dos grandes culpados pela crise e termina dizendo: "O encontro do G20 terminou sem vergonha ou glória”
Diante das evidências, basta saber quem está certo: Lula ou Cháves. Bem, a economia é otimista, agora é esperar para ver.
This entry was posted on 18:01
and is filed under
Especial
,
Política e Economia
.
You can follow any responses to this entry through
the RSS 2.0 feed.
You can leave a response,
or trackback from your own site.
0 Na Lata!:
Postar um comentário